Agora.

Não é ciúme, não. Hoje eu tenho você aqui, e amanhã pode ser que não... mas ainda assim não existe medo algum de te ver ir embora. Não é como se isso desvalorizasse o que sinto ou diminuísse o meu carinho. É só que eu te gosto tanto, e te quero tanto bem, que não me preocupo se o teu bem não me quiser aqui. Se precisar, eu vou. Só promete pra mim que só vamos ficar enquanto tivermos vontade. Você tem toda a liberdade para ser feliz - ao meu lado, sozinho, ou ao lado de outro alguém.
Não tem ciúme, não. Porque eu sei que esse minuto pode ser o último, embora eu não queira que seja, e porque eu prefiro passar esse minuto te beijando do que me preocupando com aquela menina que, nos meus pensamentos mais paranoicos, não para de olhar pra você. É comigo que você está agora, e é só agora que importa pra mim.
Amanhã a gente vê depois.

Não é ciúme, não. Só é uma pena você ficar chateado pensando que sou eu que não me importo. Mas eu me importo, sim. Eu me importo e vejo tudo o que acontece. E me importo muito, porque te quero ainda mais e tenho urgência nesse meu querer. Te quero agora, e não dá tempo de perder tempo pensando em quem falou, mexeu ou perguntou por você.
Não tem ciúme, não. Mas é uma pena que não entendam, que gostem de jogar, de provocar, de falar achando que podem me atingir. Ironia ou não, quem mais tentou te prender só conseguiu te afastar. E quem te deixa partir, é quem você quer conservar. Você acha mesmo que eu preciso me preocupar? Só entenda que, agora, você está aqui e eu também.
Nos outros a gente pensa depois.


Meio sem sentido, eu sei... Mas faz parte do processo de entender que ciúme não é bom, não valida o gostar. Você não é meu, e eu não quero que seja. Te quero livre. Te ouvir contar que alguém te quer, ao contrário de me chatear, me enche de orgulho por saber que, entre todos, você escolheu ficar. É isso o que somos: uma escolha, um agora. Uma pena que os outros não entendam assim, uma pena que só queiram provocar, que não queiram se aproximar e perceber que aqui não tem ciúme, não. Aqui tem um gostar puro, intenso, e muito bonito - que eu poderia dividir com elas (tão bobinhas!), caso me perguntassem porque, entre tantas que tentaram te prender, foi eu que, sem querer, consegui te namorar. Se pensar bem, quem perde são elas, não eu. Eu já estou ganhando, e faz tempo: ganhei você [e já faz bastante tempo], e pretendo continuar assim, colecionando vitórias, sorrisos e cafés na cama - agora, estou muito mais do que satisfeita por ter escolhido dividir minha liberdade com você.

Explicações

Porque muito antes de sermos namorados, éramos amigos.
Porque muito antes de sequer pensarmos em ficar juntos, quando isso nunca nos pareceu uma possibilidade, já dividíamos bons momentos, boas conversas e muitas risadas.
Talvez fosse inevitável.
Talvez fosse uma questão de "bar certo com a pessoa certa".
Eu não sei.
Sei que os bares estavam lá, e que você estava lá também. Sempre.
Mas eu nunca tinha reparado em você. Nunca pensei. Sempre houveram outras pessoas, outros bares, outros lugares, outras coisas a se fazer, sentimentos para sentir, desculpas para dar.
Estávamos lá, mas ao mesmo tempo cada um vivia por si.
Você me contava suas histórias, suas aventuras. Eu ria. Eu contava as minhas histórias, minhas aventuras. Você dormia. E assim seguíamos nas madrugadas, nos congressos, nas viagens, nos estudos. Escrevíamos nossas histórias e nossas aventuras. E a gente vivia.
Mas a partir do momento em que reparei em você, e você em mim, essa era a nossa única possibilidade.
Dizem que quando a gente faz uma escolha, os outros caminhos deixam de existir, porque não é sobre esses caminhos que se cria a história.
A história agora é nossa, e não há outro caminho que não seja o nosso.

Podem falar o que quiserem, podem nos encher de perguntas, podem se intrometer, fazer suposições, falar mal de mim pra você e de você pra mim. Podem dizer que você vai me fazer sofrer, ou que eu não mereço você. Podem especular sobre os dias, os horários, os lugares.
Eles nunca estiverem lá para saber.
E eles nunca estarão aqui pra entender.

Só nós dois estivemos aqui desde o começo, dividindo cada violada universitária, cada crônica sobre relacionamentos, cada sofrimento e drama do dia-a-dia. Dividimos os rolês, os amigos, as histórias. E só nós sabemos o quanto merecemos cada momento bom que construímos - porque se estamos aqui, foi por nosso mérito e esforço, foi porque sempre caminhos juntos, porque nos esforçamos, porque sonhamos os mesmos sonhos, dividimos dores, sorrisos e ambições.
Você é meu de um jeito que nunca achei poder ter alguém.
Eu sou sua de um jeito que nunca imaginei ser de alguém.
De um jeito fluído, natural.
Misturando nossas diferenças, somando nossas semelhanças, dividindo um com o outro as nossas vidas. E todas as nossas alegrias e os nossos sonhos parecem ser apenas a comprovação de que não poderia ser melhor, não poderia ser outra pessoa.
Tinha que ser você.
E tinha que ser agora.

Independente do que os outros falem. Nós temos nossas datas, nossas vidas, nossas experiências e nossas explicações.
E nós temos um ao outro.
Obrigada por todos esses sonhos, e obrigada por ser real.
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