Calcei as calças e os calçados,
Coloquei creme nos cachos dos cabelos
castanhos
Contornei as curvas do corpo com um corpete.
Corri no corredor, em casa, e quase comi o
café. Que coisa!
Ah, comi o cigarro e o café. Que cabeça!
E que calor, que crise. Cadê o café?
Tem coca-cola, comida, cadeiras, chamadas,
Tem crase e tem computador,
Numa cadeia de corredores, corretores,
compras, contas,
Conspirações e correrias. E que correria!
É coisa da crise esse carteiro carente, da
carta contente e covarde
Que quase me convence a chorar
E me corrói o coração com casos de ciúme
comoventes.
Que chato. Corro. Que calor.
Tem cigarro e café, com cinco comprimidos pra
cabeça.
As coisas conspiram comigo, complicadas.
Que coisas? Cigarros, café, coisas colocadas
em cima da cama.
O copo que cai no chão, quebra em cacos, é
claro.
O coração que cai de cara, quebra em cacos,
no caso.
Me comovo e choro. Credo.
Quero cartas, quero cigarros e copos de café.
Corro, com o coração caçado, comido.
Me calo. Que conspiração complicada.
‘Cabou o café.
É coisa da crise, é coisa do caos, é coisa de
crer. Que coisa!