Minhas histórias preferidas


É estranho; livros e histórias de amor nunca foram as minhas preferidas. Sempre gostei de guerras, mitologias, suspense, sangue. E é estranho porque, quando as palavras são minhas, quando saem da minha cabeça, elas sempre falam sobre amor. E histórias de amor nunca foram as minhas preferidas.

Sempre tem algo nelas que as tornam cansativas, e tão repetitivas: Sempre contam sobre o casal apaixonado que passa por inúmeras provações para conseguirem ficar juntos. Sempre contam sobre a busca por um final feliz - mesmo que às vezes este final não seja encontrado. Isso quando não são ainda mais clichês, que começam com 'era uma vez' e acabam com 'felizes para sempre'.

Histórias de amor são extremamente cansativas. E isso ocorre porque o amor cansa. Nunca vi um sentimento tão patético e cansativo quanto o amor. E talvez por isso minhas histórias sejam sempre sobre esse sentimento. E talvez por isso minhas histórias sejam sempre tão cansativas e patéticas. Mas acho que esse é o principal motivo pelo qual eu ainda as escrevo: Preciso de um pouco de pateticidade nessa vida tão corrida. Vida em que os sentimentos patéticos perdem espaço e dão lugar a sentimentos aparentemente menos patéticos, mas ainda assim cansativos.
Um dia quis escrever um livro, e hoje percebo que mal consigo preencher esta pagina. Porque falar sobre amor é tão cansativo, e histórias de amor nunca foram as minhas preferidas.

Por falar nisso, preciso ir. Acabo de receber uma mensagem, acompanhada por um sorriso bobo e uma vontade de amar um pouco mais - só mais um pouco, por mais 5 minutos talvez.
Vou, e viverei minhas histórias de amor, para que possa escrevê-las - ou inventá-las. Vou, porque histórias de amor são patéticas, nunca foram as minhas preferidas... mas com certeza serão sempre as mais bonitas.

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